sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

MAIS UMA CAMPANHA


Aproveitando o lamentável falecimento de um preso de delito comum, a imprensa internacional voltou a unir-se numa campanha mediática para fazer crer ao mundo que em Cuba existe uma repressão feroz aos “pseudo-dissidentes”, inventando factos inexistentes e transformando agressores em simples prevaricadores de delito de opinião.

O denominado “preso politico” que faleceu há dias, cumpria uma pena de privação da liberdade por 4 anos após ter sido julgado em Tribunal com todos os direitos que a Constituição e as Leis lhe conferem, acusado de ter agredido violentamente a sua própria esposa, provocando-lhe graves lesões no corpo e em especial no rosto, tendo a sua sogra pedido a intervenção das autoridades às quais resistiu e também agrediu, nunca tendo feito qualquer greve de fome antes ou depois da sua detenção.

Este cidadão morreu por falência de múltiplos órgãos, associada a um grave processo respiratório séptico, apesar de ter recebido toda a atenção médica especializada na sala de cuidados intensivos do principal centro hospitalar de Santiago de Cuba, onde os seus familiares foram sendo informados de todos os procedimentos médicos, reconhecendo e agradecendo o esforço que foi feito para o salvar.

Após ter cometido o delito pelo qual foi processado e ainda em liberdade, estabeleceu contactos com grupelhos mercenários que o convenceram – tal como a muitos outros – a dizer-se “opositor político” para assim tentar furtar-se à acção da justiça.

Estes métodos são já bem conhecidos e ciclicamente manipulados e convertidos em notícias de repercussão internacional por quem não se preocupa com os 3.222 reclusos que esperam a sua execução no corredor da morte em cadeias de alta segurança dos EUA.




Não foi em Cuba que no último ano foram executados 90 prisioneiros e que já este ano teve lugar nos EUA a 1ª execução, reprimindo o seu governo sem qualquer tipo de contemplações quem se atreve a denunciar a injustiça do sistema.

Há que lembrar que é o governo dos EUA que pratica a tortura e as execuções extrajudiciais nos países que ocupa e que usa a brutalidade policial contra a sua própria população.

Não é em Cuba que se prendem pessoas por combaterem o terrorismo, mas sim nos EUA que se fazem julgamentos fantoches para injustamente manterem 5 heróis cubanos nas suas prisões, impedidos até de receberem visitas dos seus familiares mais próximos.



É sim em território cubano que os EUA se recusam a devolver, que existe a prisão de Guantánamo - para que estejam longe dos olhares da “Pátria das Liberdades” - onde são mantidas há largos anos pessoas sem qualquer culpa formada nem julgamento, pese embora todas as recomendações e decisões em contrário de vários organismos internacionais e da promessa feita pelo Nobel da Paz, Barack Obama.

(Por Celino Cunha Vieira, in Semanário Comércio do Seixal e Sesimbra de 27/01/2012)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

DESTINO RECOMENDADO


Por paradoxo que pareça, já que o governo dos EUA mantém o bloqueio económico e financeiro a Cuba, o diário “The New York Times” acaba de publicar uma lista de 45 destinos do mundo como os lugares que recomenda para visitar em 2012, figurando em 10.º lugar a cidade de Havana em Cuba.



De acordo com o diário, que valoriza em particular as ofertas culturais e os serviços prestados ao turista, “a capital cubana está, uma vez mais ao alcance dos estadounidenses”, assegurando que “apenas os separam das ruas da sensual Havana o Estreito da Florida”, isto por que, a administração Obama ampliou o tipo de viagens permitidas, havendo mais voos a sair de um maior número de cidades dos EUA com destino a Cuba.


A recomendação do jornal conclui que os programas turísticos podem incluir inúmeras visitas, para além de reuniões com historiadores, artistas plásticos ou agricultores, usufruindo o turista dos novos restaurantes instalados em magníficas casas coloniais que surgiram no último ano. De resto e no plano cultural, Havana prepara já a sua XXI Feira Internacional do Livro a realizar em Fevereiro e a 11.ª Bienal que decorrerá entre 11 de Maio e 11 de Junho, contando com a participação de mais de uma centena de artistas nacionais e estrangeiros.
De referir que os jornalistas especializados em turismo elegeram um total de 45 destinos, aparecendo o Algarve na 28.ª posição sem qualquer referência especial a não ser a gastronomia e a praia.


O esforço que Cuba tem feito na promoção turística é bem patente pelas presenças nas principais feiras do sector, onde operadores e público em geral podem conhecer um pouco melhor este excelente destino e as muitas iniciativas de carácter científico, cultural e desportivo que ao longo do ano se vão realizando, resultando esse trabalho num aumento anual de visitantes.


Neste momento decorre a Feira de Turismo de Madrid, onde Cuba está representada através das principais empresas receptivas e hoteleiras, seguindo-se a Bolsa de Turismo de Lisboa, no final de Fevereiro.


Para 2012, entre muitos outros eventos, destaca-se a visita do Papa Bento XVI a Santiago e a Havana já em Março, o Campeonato Mundial de Fotografia Subaquática em Cayo Largo, o Torneio Internacional de Pesca Desportiva Ernest Hemingway, os Carnavais de Verão em toda a Ilha, o Festival Internacional de Ballet de Havana sob a direcção da mundialmente famosa bailarina cubana Alicia Alonso, a Maratona Internacional de Havana em Novembro e para o final do ano a Feira Internacional de Artesanato.



Como se pode constatar a oferta é vastíssima, para além dos museus e exposições permanentes ou temporárias que estão à disposição de todos os visitantes, tornando uma viagem a Cuba muito mais importante que apenas o sol ou a praia.

(Por Celino Cunha Vieira, in Semanário Comércio do Seixal e Sesimbra de 20/01/2012)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

NOVOS MÉDICOS NA GUINÉ



Superando todas as expectativas e vaticínios, comemorou-se no passado dia 1 de Janeiro o 53.º aniversário do Triunfo da Revolução Cubana, a qual ao longo dos anos se tem vindo a aperfeiçoar e a consolidar, enfrentando e resistindo aos cobardes ataques de forças poderosíssimas no plano económico e militar.

Mas o povo cubano sabe que nada nem ninguém pode derrotar a estatura moral que detém e que a Revolução, por muitos erros que em seu nome tenham sido cometidos, jamais deixará de evoluir para um mundo mais justo de paz e de solidariedade.

Por isso e mesmo com as dificuldades por que tem passado, nunca esqueceu nem virou as costas a quem mais precisa, desdobrando-se em acções internacionalistas de carácter humanitário, ajudando outros povos mais necessitados. Assim e com o objectivo de minimizar uma das maiores carências dos países do chamado terceiro mundo, o Comandante Fidel Castro transformou em 1999 uma antiga instalação militar na Escola Latino-Americana de Medicina, com vista à formação gratuita de jovens oriundos dos mais variados recantos do mundo.

Desde 2005, data da 1.ª formatura, todos os anos saiem desta Escola cerca de 1.500 novos médicos que vão dar assistência nos seus respectivos países, contribuindo para a melhoria das condições de vida das populações mais carenciadas de cuidados de saúde.

Mas o ensino da medicina a estudantes estrangeiros não se cinge só à Escola em Havana, estendendo-se também à colaboração docente que é prestada pelos componentes das brigadas médicas cubanas nalguns países, sendo um deles a Guiné-Bissau, onde se realizou no passado dia 17 de Dezembro na sala magna da sede do Governo a cerimónia de entrega de diplomas aos 88 novos médicos guineenses que terminaram a sua formação que decorreu durante seis anos, integrados no novo projecto de ensino ministrado por Cuba em terras africanas.

Em ambiente festivo e onde os novos graduados e suas famílias não escondiam a alegria do momento, foram entregues os 88 títulos pelo Primeiro-ministro e outros Ministros da Guiné-Bissau, pelo Vice-ministro da Saúde de Cuba, pelo Comandante Victor Dreke e pelo Embaixador de Cuba em Bissau, na presença de muitas outras individualidades e Corpo Diplomático acreditado no país.

Na ocasião o Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior expressou o seu agradecimento a Fidel, a Raul e à Revolução, lembrando os Cinco Heróis Cubanos que permanecem injustamente presos nos EUA por combaterem o terrorismo e condenando o criminoso bloqueio que os sucessivos governos norte-americanos impõem a Cuba desde há mais de 50 anos.

Enquanto as grandes potências enviam forças militares para ocuparem outros países, Cuba envia médicos e enfermeiros que para além de desempenharem a sua principal função, ainda têm tempo para formarem novos profissionais que tanta falta fazem nesses países.

Se outros motivos não houvesse, só por isto já teria valido a pena o triunfo da Revolução no 1.º de Janeiro de 1959.

(Por Celino Cunha Vieira, in Semanário Comércio do Seixal e Sesimbra de 06/01/2012)