quinta-feira, 25 de junho de 2015


CAPITÓLIO NACIONAL

De acordo com Eusébio Leal, Historiador da Cidade de Havana, o monumental edifício do Capitólio Nacional que há mais de dois anos foi encerrado ao público a fim de ser submetido a obras de restauro, voltará a abrir as suas portas já em Julho com visitas guiadas por um arquitecto e um restaurador, coordenadas pelo seu Gabinete, que irão mostrar os trabalhos que ainda decorrem no interior deste lugar tão emblemático para Cuba e de grande valor patrimonial.

Com um custo total de quase 17 milhões de pesos (equivalente ao dólar americano) o Capitólio de Havana foi inaugurado em 1929 pelo então presidente Gerardo Machado e ocupa uma área superior a 43 mil metros quadrados (13.484 correspondem ao edifício), sendo considerado uma réplica quase perfeita do que se encontra em Washington. Até ao triunfo da Revolução albergou o Senado e a Câmara de Representantes, passando depois a Academia das Ciências e prevendo-se que no futuro seja a sede da Assembleia Nacional do Poder Popular.

O colossal edifício contém inúmeros murais e elementos escultóricos, destacando-se a figura em bronze com quase 15 metros e um peso aproximados de 30 toneladas que representa a República, considerada uma das maiores estátuas do mundo debaixo de teto, encontrando-se situada sob a cúpula que atinge os 92 metros de altura e os 32 metros de diâmetro, sendo visível de vários pontos da cidade.

Na sua construção e decoração original foram usados os materiais mais nobres para a época, mesmo atravessando-se a crise económica internacional dos anos vinte, destacando-se, entre outros, a variedade de 58 mármores de origem nacional e internacional, as ferragens em bronze, as madeiras preciosas e os vitrais.

Uma outra particularidade do Capitólio Nacional é ser considerado o quilómetro zero em relação a todas as estradas do país, representado inicialmente esse ponto, sob a cúpula, por um diamante de 25 quilates que pertenceu ao último Czar Russo Nicolau II. Embora o diamante estivesse protegido por um sólido vidro considerado inquebrável, este foi roubado em 1946 e só no ano seguinte viria a ser recuperado, estando hoje guardado no Banco Nacional por questões de segurança e no seu lugar apenas se podendo ver uma réplica.

Quem já passou por Havana recordar-se-á deste magnífico e belo edifício, um dos muitos locais obrigatórios para se deixar fotografar junto às suas colunatas ou esculturas exteriores, na própria escadaria ou nos jardins que o rodeiam, partindo daí para descobrir uma cidade repleta de história e de magia onde apetece sempre voltar.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)



quinta-feira, 18 de junho de 2015


INICIATIVA PRIVADA

Se existem sectores na economia de cada país em que o controle estatal é fundamental, também existem áreas onde a iniciativa privada pode fazer mais e melhor, inovando e entrando num mercado competitivo onde só a qualidade pode levar ao êxito de cada negócio.

É assim que em Cuba, desde 2010, mais de 200 actividades foram liberalizadas e hoje já ultrapassam o meio milhão de cidadãos que aproveitando essas oportunidades passaram a exercer actividades por conta própria, deixando de depender do Estado. De salientar que destes, mais de 30% são jovens e que a tendência é para esta percentagem aumentar, pois a irreverência própria da idade está muito mais desperta para a vida e para o seu desenvolvimento e realização profissional, não se acomodando às rotinas que sempre estão inerentes a quem tem tudo sem grande esforço.

Abrem-se assim novos desafios e as oportunidades são imensas, contribuindo o sector privado para o crescimento do país e, muito importante, ajudar a equilibrar a balança de transacções, produzindo bens – principalmente alimentares – de modo a diminuir a necessidade de importações desses bens essenciais.

Com o incremento do turismo, da indústria e do comércio por parte de novas parcerias com investidores estrangeiros, espera-se que proximamente surjam outras oportunidades de emprego, aliviando progressivamente a carga salarial do sector público, que ao contrário do que se apregoava com a necessidade de a diminuir substancialmente, não teve de recorrer a despedimentos nem a retirada de salários.

Conseguir uma transformação na economia de um país sem grandes sobressaltos e continuando a garantir gratuitamente a todos os cidadãos os direitos consignados e conquistados pela Revolução tem sido uma tarefa árdua, mas que com tenacidade será vencida como foram todas as outras fases e contrariedades desde 1959, pois o futuro será certamente bem melhor que o passado, já que no presente as expectativas são muito auspiciosas com o fim do bloqueio económico, financeiro e comercial, obsoleto e criminoso.

Quem hoje visita Cuba vai entender as transformações que já se operaram e encontrar uma sociedade que aos poucos recupera o poder de compra perdido após o isolamento forçado devido ao desaparecimento do bloco socialista que levou Cuba a passar por um período especial muito duro e de enormes sacrifícios para todo o povo.

Felizmente que as novas gerações não sofreram o mesmo que os seus pais ou avós e hoje apenas têm esse conhecimento pelos relatos que lhes são transmitidos, podendo encarar o futuro com uma esperança bem diferente e muito mais risonha.

(Celino Cunha Vieira- Cubainformación)