sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014


SENTIR CUBA

Como muitas vezes tenho dito, Cuba não é um destino turístico somente de sol, praia, salsa, rum e tabaco; é também um destino de eventos, desporto, cultura, saúde, educação, ecologia e fundamentalmente de contactos com um povo simpático, hospitaleiro e amigo.

Existem muito poucos países no mundo que possuam uma oferta tão diversificada, não obstante, pouco aproveitada pela grande maioria dos portugueses que se limitam ao “tudo incluído” em Varadero ou num “Cayo”, com uma breve passagem por Havana.

Mas existem muitas outras alternativas aos “pacotes” tradicionais, havendo um novo despertar para o destino Cuba, com ofertas diferentes e atractivas que podem ir ao encontro dos desejos mais exigentes, usufruindo de momentos únicos e inolvidáveis.

Cuba é luz, cor, sabor, alegria e calor; é areias pintadas de mar, um paraíso de águas transparentes e tranquilas; é terra de contrastes, um espectáculo natural; é um mar de cidades marcadas pelo tempo, com inesgotáveis valores histórico-patrimoniais; é som de tambores, sussurro de violinos; é gente alegre e desenfadada, mistura de raças e culturas; é branca, negra, urbana, campestre, marinheira; é o seu povo entusiasta, alegre e sensível que desfruta do exclusivo dom de saber partilhar a sua alegria e fascinar a quantos o conhecem.

Sendo Cuba um país pródigo em manifestações artísticas, tem contribuído para a cultura internacional com importantes nomes de escritores, pensadores, bailarinos, músicos, artistas plásticos, poetas e cantores. Possuindo diversificadas infra-estruturas culturais, nomeadamente teatros, museus, galerias de arte e cinemas, em que se apresentam não só mostras do acervo nacional de todos os tempos, como também da arte mundial, Cuba apresenta-se como um país em que o visitante tem a rara oportunidade de percorrer a história, quase fazendo parte dela.

Também numa perspectiva ecológica Cuba tem sabido preservar os seus recursos, mantendo intactos diversos parques nacionais e zonas rurais, onde os visitantes podem fazer caminhadas por áreas protegidas e reservadas de altos valores naturais e paisagísticos, observar as mais de 350 espécies de aves da abundante e variada flora e fauna no seu estado natural, assim como passeios a cavalo ou em bicicleta, com alojamento em unidades rurais, entrando em contacto directo com as comunidades locais e apreciar de perto os seus costumes, tradições e labor diário.

Cuba, é sem dúvida, um excelente destino para umas férias em qualquer altura do ano e onde não existem limites para a imaginação, sempre com a máxima segurança, não por ser um país extremamente policiado, mas porque as suas gentes são pacatas e tranquilas, respeitadoras do seu semelhante e que sabem receber como ninguém.

Por tudo isto, não deixe de ir a Cuba, para poder conhecer uma outra realidade muito diferente daquela que muitos meios de comunicação querem fazer crer.


(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014


CONGRESSOS, FEIRAS E FESTIVAIS

Os inúmeros eventos que se realizam em Cuba têm vindo a aumentar o seu prestígio e o número de participantes internacionais oriundos de todo o mundo, levando a que em determinadas ocasiões, como sucede neste momento, não haja disponibilidade em qualquer hotel da cidade de Havana.

Esta semana por exemplo, decorre o IX Congresso Internacional de Educação Superior – Universidade 2014, sob o tema “Por uma Universidade Socialmente Responsável” que conta com a presença de destacadas personalidades e representantes de organismos internacionais, autoridades académicas e governamentais ligadas ao sector de mais de 60 países, que têm assim a possibilidade de abordar o tema proposto e ver como Cuba tem sabido ultrapassar as dificuldades nesta e noutras áreas, servindo de exemplo a outros que em teoria dizem preocupar-se com a educação, mas que na prática pouca ou nenhuma importância lhe atribuem.

Sendo Cuba um pequeno país, não deixa contudo de poder mostrar ao mundo como se pode ter uma educação superior gratuita e sem qualquer discriminação, na qual o limite para o seu acesso reside apenas no talento individual que qualquer candidato possua, ao contrário do que se passa em muitos outros países em que as dificuldades económicas impedem o acesso a uma formação qualificada.

Mas também teve início a 23ª edição da Feira Internacional do Livro que se estenderá em Havana por 10 dias e que depois percorrerá outras cidades até Março, onde para além dos aspectos meramente comerciais, existe todo um conceito de cultura integrado em várias iniciativas paralelas, de modo a atingir todas as faixas etárias da população, motivando-as para a leitura e o conhecimento.

Antes do triunfo da Revolução não existia em Cuba um sistema editorial e mesmo os maiores escritores tinham de publicar os seus livros fora do país. Só a 31 de Março de 1959 (Dia do Livro Cubano) foi criada a Imprensa Nacional de Cuba e mais tarde, em 1962 a Editorial Nacional, presidida por Alejo Carpentier, já com uma visão mais ampla e uma estratégia de recuperar o mais importante da cultura cubana e universal, pondo-a ao serviço dos leitores, após a revolucionária campanha de alfabetização iniciada no ano anterior.

Lá mais para o final deste mês terá lugar o XV Festival do Habano, onde os apreciadores dos melhores charutos do mundo podem desfrutar de novas vitolas que serão lançadas no Festival pela Empresa Habanos SA e descobrir as raízes e os segredos da secular tradição nas visitas a fábricas e a plantações de tabaco de Vuelta Abajo em Pinar del Rio, para além de usufruírem de um programa social que terá o seu auge na Gala de encerramento com um concerto exclusivo.

Por todas estas razões a cidade vibra com tanto movimento e orgulha-se de saber receber bem quem a visita e que fica sempre com vontade de lá voltar.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

REGIÃO LIVRE E DE PAZ

Com a recente inauguração da 1ª fase da Zona Especial de Mariel e a realização da Cimeira dos Países da América Latina e do Caribe, tem vindo a intensificar-se o afluxo de empresários de todo o mundo a Cuba para verificarem “in loco” as reais condições para aí desenvolverem os seus negócios, despertando para as potencialidades existentes e as facilidades concedidas pelo governo cubano a quem quer honestamente investir no país, independentemente do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos sucessivos governos dos Estados Unidos da América desde há mais de 50 anos e que já causou um prejuízo directo muito superior a 1 bilião de dólares.

Neste momento e com o desenvolvimento nos mais variados sectores da economia cubana, este injusto bloqueio não só prejudica o povo cubano como também as empresas americanas que desejam expandir-se para um mercado que até aqui lhes tem sido impedido explorar devido às erradas políticas dos seus governantes, que utilizam estes ignóbeis métodos numa clara ingerência condenada pelas mais variadas personalidades e organizações internacionais.

Um Continente que abarca 35 países e em que 33 fazem parte de uma comunidade que acaba de proclamar por unanimidade a zona livre de armas nucleares, consagrando o princípio de que os conflitos serão resolvidos através do diálogo e da negociação, rejeitando qualquer tipo do uso da força ou ameaça do seu uso, reivindicando a não intervenção nos assuntos internos de outros Estados, o direito à soberania e à autodeterminação, o reconhecimento de que cada povo decida qual o regime económico, político, social e cultural que muito bem entenda, com o fundamento da preservação da paz e da cooperação entre os países membros.

É evidente que a Comunidade rejeita a presença das bases militares dos EUA e da Grã-bretanha nos seus territórios, em especial em Guantánamo e nas Malvinas, exortando estes países a que procedam à eliminação de armas nucleares que armazenam ou circulam nos seus submarinos na América Latina e no Caribe, assim como à retirada da IV Frota Americana da região que ameaça a paz e a liberdade de cada país.

Poder-se-á concluir que se o governo norte-americano não admitir os seus erros e não reconhecer estas evidências, ficará cada vez mais isolado e dificilmente poderá recuperar o prestígio e a influência de outros tempos, mesmo que continue a utilizar os meios subversivos que sempre utilizou para se imiscuir nos destinos de outros países, porque na América Latina e no Caribe já são sobejamente conhecidos os seus hediondos métodos.

A Revolução Cubana serviu de exemplo para a libertação de outros povos e hoje, passados 55 anos do seu triunfo, continua bem viva e actual, sendo reconhecidas e comprovadas internacionalmente as conquistas alcançadas com muitos sacrifícios, mas com uma grande dedicação e dignidade.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)