segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

RELATÓRIO DA UNICEF

No último balanço do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) pode ler-se que actualmente existem no mundo 146 milhões de crianças menores de 5 anos com graves problemas de desnutrição. De acordo com este documento, 28% são de África, 17% do Médio Oriente, 15% da Ásia, 7% da América Latina e Caribe, 5% da Europa e 27% de outros países em desenvolvimento.

O relatório é inequívoco e informa que Cuba já não tem este problema, sendo o único país da América Latina que eliminou definitivamente a desnutrição infantil e que tudo tem feito para melhorar a alimentação, especialmente nos grupos mais vulneráveis. A própria Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) reconhece Cuba como a nação com mais avanços neste capítulo em toda a América Latina.

Isto deve-se fundamentalmente a que o Estado Cubano garante uma cesta básica alimentar e promove os benefícios da lactância materna, complementando-a com outros alimentos até aos seis meses e fazendo a entrega diária de um litro de leite para todas as crianças dos zero aos sete anos de idade, em conjunto com outros alimentos como compotas, frutas e legumes, os quais são distribuídos de forma equitativa.

Em Cuba a saúde é garantida a todas as crianças mesmo antes de nascerem com o controle materno-infantil, não existindo crianças desprotegidas e a viverem na rua. Em Cuba todas as crianças constituem uma prioridade e por isso não sofrem as carências de outras espalhadas por várias partes do mundo onde são abandonadas ou exploradas.

Quer nos círculos infantis (creches) quer nas escolas primárias, as crianças cubanas têm vindo a beneficiar do contínuo melhoramento da sua alimentação quanto a componentes dietéticos, lácteos e proteicos, que são repartidos gratuitamente em todo o país.

A Organização das Nações Unidas (ONU) situa Cuba na vanguarda do cumprimento material do desenvolvimento humano, considerando que até 2015 será completamente eliminada a pobreza e garantida a sustentabilidade ambiental, isto apesar das dificuldades ao longo dos mais de 50 anos de bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos sucessivos governos dos Estados Unidos da América.

Embora a verdade confirmada pelas várias instituições internacionais de reconhecida credibilidade e mérito custe a muita gente, pode assim afirmar-se que DOS 146 MILHÕES DE CRIANÇAS DESNUTRIDAS EM TODO O MUNDO, NENHUMA DELAS É
CUBANA!

(Por Celino Cunha Vieira, in Semanário Comércio do Seixal e Sesimbra de 19/12/2011)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

OS OITO ESTUDANTES DE MEDICINA

Cumpriram-se 140 anos sobre a data histórica de 27 de Novembro de 1871 em que oito jovens estudantes de medicina foram injustamente fuzilados pelo poder colonial, sob a simples acusação de terem profanado o túmulo de um cidadão espanhol. Claro que o principal motivo não foi este, mas sim o do incómodo que o movimento estudantil provocava ao apoiar o levantamento do herói nacional Carlos Manuel de Céspedes na luta pela independência de Cuba que se iniciara três anos antes na antiga província de Oriente.

A partir do momento em que numerosos estudantes universitários abandonaram as suas aulas em Havana e organizaram várias expedições armadas para se juntarem aos independentistas, as hostilidades do governo colonial espanhol face à Universidade foi sendo incrementada e à medida que aumentava o apoio dos estudantes à luta dos patriotas cubanos a repressão agudizou-se. Em lugares públicos frequentados por estudantes ocorreram uma série de distúrbios que se saldaram em mortos e feridos, chegando-se a tais extremos que em determinado momento a Universidade chegou a ser encerrada temporariamente.

Neste contexto, um grupo de 45 estudantes do curso de medicina foram presos infundadamente por um acto que não cometeram, ao serem acusados de terem partido um vidro do mausoléu do jornalista espanhol Gonzalo de Castañon Escarazo, entretanto morto em duelo por um independentista cubano que o desafiou, por o jornalista se ter referido publicamente às mulheres cubanas da emigração, qualificando-as de prostitutas.

Como represália e após um obscuro processo jurídico caracterizados por inúmeras manipulações, de maneira arbitrária, um conselho de guerra ditou a sentença e 35 estudantes foram condenados a penas variadas, 2 absolvidos e 8 condenados à morte por fuzilamento.

Por coincidência, também neste mesmo dia 27 de Novembro, mas no ano 2000, teve início em Miami o processo jurídico cheio de contradições contra os Cinco Heróis Cubanos que ainda se encontram injustamente presos por combaterem o terrorismo.

Desde que foi cometido aquele horroroso crime, todos os anos e na mesma data, os estudantes universitários, os jovens e a população em geral concentram-se nas escadarias da Universidade de Havana e daí saem desfilando pelas ruas entoando o canto vibrante aos heróis e aos mártires, até ao monumento que foi erigido em memória dos oito estudantes situado no próprio local onde foram executados, frente à Fortaleza de La Punta, colocando oferendas florais e assumindo o compromisso de defender a Pátria e a Revolução face a qualquer tentativa de agressão a Cuba.

O simbolismo desta homenagem anual aos jovens que sonhavam salvar vidas e morreram na flor da idade perdurará e servirá sempre de exemplo para a revolucionária juventude cubana na defesa do seu presente e do seu futuro.

(Por Celino Cunha Vieira, in Semanário Comércio do Seixal e Sesimbra de 09/12/2011)