terça-feira, 30 de julho de 2019



O 26 DE JULHO EM PORTUGAL

Este ano comemorámos o Dia da Rebeldia Nacional no Município Alentejano de Grândola, mais propriamente na Freguesia de Santa Margarida da Serra, onde para além de muitos amigos e do colectivo da Embaixada de Cuba em Portugal, tivemos o privilégio de contar com a actuação do “Grupo Coral Grândola Vila Morena” e do “Quarteto Amigos de Abril” que interpretaram alguns temas tradicionais da música portuguesa de intervenção, terminando com o “Hasta Siempre Comandante” e a “Guantanamera”.

O jornalista e poeta Fernando Fitas brindou-nos com um seu poema inédito com o título “ACORDAR EM MONCADA A UTOPIA”, escrito propositadamente para esta ocasião, que se transcreve na íntegra.

“Não pegámos em armas. Neste lado de cá do oceano
não tivemos o mar, não tivemos um barco.
Faltou-nos o talento para entrar em Moncada e penetrar na serra
ou de viver o tempo das épicas jornadas que inundavam as ruas,
geravam revoluções e tomavam cidades,
para sentir o alento de quantas madrugadas
despontavam nas mãos de quem nada dispunha,
senão a frialdade de um sorriso emprestado,
o néon de bordéis e um charuto apagado nos lábios da ternura,
mas ousara intentar a luz de uma outra era,
atravessando os trilhos dessa Sierra Maestra,
tocando com as mãos o anelo de festa
que transformara Havana no quartel general da liberdade.
Assim, neste oceano triste que nos coube,
retemos entre os dedos a memória de um verso
e um dedal de rum na boca da esperança,
para tomar de assalto a ousadia,
convocar a terreiro a utopia,
essa aresta de vento na fímbria do olhar
e transgredir ainda celebrando-a”.

Para além de Marti e de Fidel, foram também lembrados e homenageados todos aqueles que participaram no dia 26 de Julho de 1953 nos assaltos aos Quarteis Moncada e Céspedes, assim como os que ao longo da Revolução têm dado o seu valioso contributo para que Cuba continue livre e independente.

(Celino Cunha Vieira – Cubainformación)