sexta-feira, 26 de setembro de 2014


MISSÃO NA SERRA LEOA

Quando esta semana ouvi as declarações do presidente Obama sobre a ajuda que os EUA iriam dar no combate à calamidade do ébola, logo me veio à memória as mesmas promessas após o sismo no Haiti que até hoje não foram cumpridas. E isso pode ser testemunhado pelos organismos internacionais e por todo o pessoal de saúde que de imediato Cuba enviou para aquele território e que ainda hoje aí mantém gratuitamente um contingente considerável. Os outros, os das promessas, mandaram militares para, segundo diziam, garantir a segurança, tal como o afirmam agora em relação à Serra Leoa.

A grande diferença é que nenhum dos integrantes que irão compor a força militar norte-americana que se deslocará para a Serra Leoa irá proporcionar cuidados directos aos doentes infectados, enquanto Cuba já há muito que mantém naquele país africano uma brigada de 23 colaboradores e outros 16 na Guiné Conakry, país onde a epidemia também se tem expandido, estando já preparada uma brigada cubana constituída por 165 médicos e enfermeiros que aí chegarão já na próxima semana para trabalharem no terreno em contacto directo com aqueles que correm risco de vida.

A este propósito e já que pouco ou nada é divulgado, Cuba tem neste momento mais de dois mil técnicos de saúde espalhados por cerca de 33 países africanos, para além de ter ajudado a fundar escolas de medicina e continuar a manter centenas de profissionais que ministram aulas desde 1984 na Etiópia, 1986 no Uganda, 1991 no Ghana, 2000 na Gâmbia, 2001 na Guiné Equatorial e 2004 na Guiné Bissau, ajudando a formar o pessoal técnico de saúde de que tanto carecem.

Isto sem esquecer a Escola Latinoamericana de Medicina com sede em Havana, a qual oferece os seus serviços gratuitamente a centenas de alunos oriundos de mais de 44 países africanos que aproveitam as bolsas de estudo concedidas a países sem recursos económicos e que ao longo de seis anos aí estão instalados até se formarem e regressarem aos seus países de origem, com o compromisso de aí trabalharem em comunidades desprovidas de cuidados de saúde.

Desde 1963 que Cuba mantém missões internacionalistas de paz, tendo a primeira brigada médica partido para a Argélia, cifrando-se em mais de 132 mil o número de profissionais de saúde cubanos que colaboraram noutras nações, tendo prestado os seus serviços a mais de 300 milhões de pessoas, realizado para cima de 2 milhões de intervenções cirúrgicas e vacinado 9 milhões de crianças.

Apesar desta cooperação, Cuba tem sido capaz de manter e em alguns casos até melhorar os seus indicadores nacionais de saúde, com uma proporção de um médico por cada 170 residentes, em contraste com outros países, mesmo os do chamado 1.º mundo onde as diferenças são bem maiores.

Estes dados falam por si e são a resposta cabal para aqueles que tentam denegrir o prestígio e a bondade dos médicos cubanos, que espalhados por todo o mundo não esquecem as suas raízes, desempenhando a sua profissão de forma humanitária e não mercantilista, com total dedicação aos seus pacientes para lhes minimizar o sofrimento. Aos que partem agora para a Serra Leoa desejamos-lhes as maiores felicidades e que a sua missão seja coroada com muito sucesso.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)



quinta-feira, 11 de setembro de 2014

CUBA VENCERÁ? CUBA JÁ VENCEU!

Oiço muitas vezes gritar que “Cuba Vencerá” e tal como afirmei no jantar com René que se realizou no Seixal e onde o recebemos com toda a dignidade que ele e os restantes Companheiros merecem, prestando a um Herói Nacional de Cuba a devida homenagem sem falsas ou interesseiras amizades, “Cuba já Venceu”.

Venceu a guerra pela Independência e aboliu a escravatura; venceu a tirania de Baptista e iniciou uma Revolução; venceu o analfabetismo e o obscurantismo com séculos de existência; venceu a batalha da Praia Girón quando os EUA tentaram invadir o país; venceu um duro período especial após a queda do bloco socialista; venceu sempre e quase por unanimidade por mais de 20 vezes e em anos consecutivos a votação das Nações Unidas de condenação ao criminoso bloqueio económico, financeiro e comercial imposto unilateralmente pelos EUA com vista a provocar “a fome, o desespero e o derrube do governo cubano”; venceu as mais de 500 tentativas de atentado ao seu líder histórico; venceu no sector da saúde, da educação, da cultura e do desporto; venceu na investigação científica e em tantos outros sectores, que, sem receio de desmentido, pode dizer-se que Cuba é um país já vencedor, quando alguns, há uns anos, receavam o fim da Revolução e hoje se aproveitam dos seus êxitos para se colarem ao seu sucesso.

Quem conhece um pouco da história cubana sabe quantos sacrifícios foram necessários para se poderem obter os resultados que estão à vista de todos e que só os mais cépticos ou quem tem reservas mentais não quer reconhecer, independentemente das suas origens ideológicas.

É certo que ainda existe muito por fazer, até porque uma Revolução nunca está terminada, mas como diz Fidel, “Revolução é fazer tudo o que tem de ser feito” e as transformações que se estão a operar, principalmente no aspecto económico, contribuirão para um cada vez melhor nível de vida dos cidadãos, tendo sempre presente as conquistas sociais já alcançadas e as garantias constitucionais baseadas nos princípios da Revolução que são inalteráveis.

Na recente visita de René ao Seixal ao ser entrevistado na Rádio Baía, perguntaram-lhe porque os EUA ainda não tinham voltado a tentar invadir Cuba se o tem feito noutros países, tendo René respondido que para além de Cuba não ter petróleo suficiente para essa aventura, é porque fundamentalmente os EUA não esqueceram a humilhação que tiveram em 1961 na Baía dos Porcos e sabem que agora teriam de enfrentar os 12 milhões de cubanos que estão unidos, treinados e preparados desde há muito para essa eventualidade, não abdicando da sua independência e soberania.

René e Fernando já estão em liberdade depois de cumprirem integralmente as suas injustas penas e temos esperança que António, Gerardo e Ramón possam brevemente voltar ao seu país e ao convívio dos seus familiares. Todo um povo os espera e nós, aqui no Seixal, onde podem contar com verdadeiros e solidários amigos, também queremos recebê-los e comemorar com os CINCO o seu regresso à liberdade.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)

sexta-feira, 5 de setembro de 2014


HERÓI CUBANO NO SEIXAL

Cada vez mais se ouve falar em terrorismo e todos os países do chamado mundo ocidental e não só, tomam posições defensivas de modo a evitar que tal calamidade lhes bata à porta. Estão no seu pleno direito, tal como Cuba que desde há mais de meio século tem essa ameaça constante por parte de grupelhos sediados nos EUA que são apoiados por organismos governamentais, não pode descurar a sua segurança, tendo a obrigação de defender por todos os meios a sua população.

Mas esse direito de um país livre e independente não é reconhecido por aqueles que se julgam os donos do mundo e o baluarte da democracia, tendo injustamente condenado cinco cidadãos cubanos a pesadas penas de prisão, cujo único “crime” foi o de combaterem o terrorismo, evitando assim a perda de vidas humanas dos seus compatriotas e até de outras nacionalidades, incluindo a americana.

Os ataques e acções terroristas contra Cuba desde 1959, ano do triunfo da Revolução, causaram a morte a mais de 3.000 cubanos e lesões graves a um número similar, assim como perdas materiais calculadas em cem mil milhões de dólares; e se não fosse a acção patriótica destes e de outros cubanos que se têm sacrificado para defenderem o seu país, as cifras seriam certamente muito maiores.

Felizmente que René e Fernando já estão em liberdade depois de cumprirem integralmente as suas penas, mas não nos podemos esquecer de António, de Gerardo e de Ramón que continuam encarcerados sem qualquer justificação, a não ser a da vingança, do ódio e das políticas americanas subjugadas aos mafiosos e assassinos de Miami, que sabem como utilizar a corrupção para conseguir os seus tenebrosos intentos.

E porque vamos ter a honra de receber no Seixal o Herói Nacional de Cuba René González, o Comité Português para a Libertação dos Cinco e a Associação Portuguesa José Marti organizam um jantar de homenagem aos Cinco Heróis Cubanos com a presença de René, de sua esposa Olga, de Johana Tablada, Embaixadora de Cuba em Portugal e de outras personalidades que entretanto já confirmaram a sua presença.

Este jantar, com um custo de 10 euros por pessoa, realizar-se-á na próxima segunda-feira dia 8 de Setembro pelas 20:00 no restaurante do Clube de Pessoal da Siderurgia Nacional em Paio Pires – Seixal, estando aberto a todos aqueles que possam e desejem participar nesta justa jornada de solidariedade e de reconhecimento aos Cinco Heróis que nunca claudicaram nas suas convicções e patriotismo, encarando o seu enorme sacrifício e o das suas famílias como um contributo para tornar o mundo melhor, mais justo e mais livre.

As inscrições podem ser efectuadas até às 12:00 do próprio dia 8 através do mail: associacaojosemarti@gmail.com ou pelo tel. 968 493 654, sendo o pagamento efectuado no próprio local.

Contamos convosco e com o vosso sentido de justiça para continuarmos a defender a libertação incondicional de António, Gerardo e Ramón.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)