segunda-feira, 30 de dezembro de 2013


FELIZ 2014

Desde a visita do Papa João Paulo II a Cuba em 1998 que as tradições dos festejos natalícios tiveram um maior incremento, já que, não estando em causa a religiosidade dos cubanos, este evento veio proporcionar um novo despertar para a fé católica enchendo as igrejas para a Missa do Galo, a que se segue a desejada ceia compartida com familiares e amigos.

Assim, desde o Natal até aos Reis vive-se em Cuba um clima de permanente festa onde não pode faltar a rica gastronomia bem regada com cerveja e rum, para além da doçaria típica da época, que faz as delícias de miúdos e graúdos.

Não havendo o hábito do consumismo desenfreado, a troca de presentes simbólicos faz-se apenas em Janeiro, tal como em Espanha e por influência da sua colonização, dando-se muito mais importância à confraternização e às provas de verdadeira amizade entre as pessoas que se estimam e com quem se convive durante o ano inteiro.

Mas a grande festa popular é feita na noite de 31 de Dezembro para o dia 1 de Janeiro, não só para dar as boas-vindas ao novo ano, como também para comemorar a data que simboliza o triunfo da Revolução que veio devolver aos cubanos a sua soberania e independência.

Após a vitória de Exército de Libertação sobre o último reduto da resistência estatal, a população saiu às ruas no 1.º de Janeiro de 1959, contribuindo dessa maneira para definitivamente pôr fim a um regime marcado pela opressão, pela miséria, pela exclusão social e pela exploração de um povo sem direitos nem futuro.

Desde aí para cá e durante 55 anos a Revolução não parou e mesmo com alguns erros de trajectória e sendo alvo dos mais ferozes e desumanos ataques que alguma vez um país sofreu, continua a aperfeiçoar-se e a contribuir para um mundo melhor e mais pacífico.

Citando Fidel, “Revolução é o sentido do momento histórico; é mudar tudo o que deve ser mudado; é igualdade e liberdade plena; é ser tratado e tratar os outros como seres humanos; é emancipar-nos a nós mesmos com os nossos próprios esforços; é desafiar as forças poderosas dominantes dentro e fora do âmbito social e nacional; é defender os valores em que se acredita ao preço de qualquer sacrifício; é abnegação, modéstia, altruísmo, solidariedade e heroísmo; é lutar com audácia, inteligência e realismo; é nunca mentir ou violar os princípios éticos; é uma profunda convicção de que não há força no mundo capaz de esmagar a força da verdade e das ideias”.

Esperemos que 2014 traga a libertação definitiva e incondicional dos 4 Heróis Cubanos presos injustamente nos EE.UU. por combaterem o terrorismo, que termine o obsoleto bloqueio económico, comercial e financeiro que não tendo razão de existir prejudica fundamentalmente pessoas inocentes, e que a Revolução continue a fazer o que tem de ser feito para o desenvolvimento do país e bem-estar de todo um povo digno, heróico e solidário.

(Celino Cunha Vieira - Cubainformación)



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013


O APERTO DE MÃO

Até onde é possível conhecer-se, o aperto de mão teve origem nos primórdios da humanidade em que os homens andavam sempre armados para se defenderem dos animais selvagens e dos inimigos de tribos rivais. O aperto de mão teria surgido assim como um gesto de boa vontade para que os antagonistas demonstrassem que estavam desarmados e que ambos desejavam um relacionamento pacífico.

Vem isto a propósito do gesto de Obama para com Raul Castro na África do Sul, tendo essas imagens corrido o mundo e dado origem às mais variadas interpretações. Se é certo que em termos protocolares a isso estava Obama obrigado, também não deixa de ser verdade que os serviços norte-americanos saberiam certamente como contornar esse obstáculo para evitar o cumprimento, se esse fosse o seu desejo.

Querendo acreditar que Obama foi sincero e que a sua vontade é a de mudar a política americana em relação a Cuba, poderia começar por libertar de imediato os quatro heróis anti-terroristas cubanos que ele sabe estarem inocentes dos crimes de que foram acusados e condenados a pesadas penas de prisão, ao mesmo tempo que deveria deixar de treinar e financiar as organizações terroristas instaladas no seu país e que se opõem ao governo cubano praticando actos de sabotagem e os mais horrendos crimes que já levaram à morte e à incapacidade de milhares de cidadãos cubanos e de outras nacionalidades.

Depois, porque o bloqueio económico, financeiro e comercial que já dura há mais de 50 anos nunca atingiu os objectivos para que foi criado, que era o retrocesso da Revolução, deveria simplesmente aboli-lo e iniciar um diálogo construtivo com as autoridades cubanas que sempre estiveram dispostas a discutir qualquer tema, sem restrições e em pé de igualdade entre duas nações soberanas e independentes.

Mas Obama poderia também cumprir aquilo que prometeu sobre a base de Guantánamo, acabando com o campo de concentração que aí foi instalado e devolvendo aquele território, ocupado há mais de 100 anos, aos seus legítimos proprietários, não se escudando numa Emenda oportunista que tinha por base garantir a independência de Cuba face a Espanha e que hoje já não tem qualquer razão para existir.

Ao contrário daquilo que a comunicação social divulgou, o povo cubano não é nem nunca foi inimigo do povo americano. Existem divergências sim entre os governos porque têm políticas diferentes quer no plano interno, quer no plano externo, onde Cuba tem estado sempre na primeira linha de ajuda humanitária e de solidariedade para com os mais necessitados, sendo sobejamente conhecidas as suas missões internacionalistas de paz e não de guerra.

O que opõe o governo norte-americano ao governo de Cuba é uma questão que muitos se interrogam e que sistematicamente fica sem resposta, já que um pequeno país como é Cuba não representa qualquer perigo para a segurança interna da grande potência, a não ser que o receio se deva antes ao reconhecimento do elevado sentido ético, social e moral que Cuba possui.

Quem tem de mudar as suas políticas face a Cuba é o governo dos EUA, aceitando a soberania de um povo que por muitos sacrifícios que tenha de passar não se verga e quer continuar a ser digno dos seus antepassados e da sua Revolução.

(Celino Cunha Vieira – Cubainformación)



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013


CADA DIA 5 PELOS CINCO

Quem não tolera injustiças e está minimamente informado sobre o caso dos Cinco Heróis Cubanos que há mais de 15 anos foram presos nos EUA pelo “hediondo crime” de lutarem contra o terrorismo, todos os dias se lembra deles e das privações a que estão sujeitos. Mas a cada dia 5 e até à sua libertação incondicional, por todo o mundo se faz uma referência especial neste dia através dos mais variados meios de comunicação, apelando ao presidente Obama (Prémio Nobel da Paz) para que de uma vez por todas ponha fim a esta escandalosa injustiça.

A opinião pública norte-americana a quem durante anos se escondeu a verdade, começa a dar sinais de incómodo pela situação e já há várias organizações de carácter social que se juntaram à crescente onda de solidariedade para com os Cinco, realizando acções de divulgação sobre o julgamento de um processo eivado de irregularidades e mentiras que os levou à condenação.

Mas a hipocrisia das autoridades norte-americanas continua a dar mostras de ter dois pesos e duas medidas, quando agora 66 senadores democratas, republicanos e independentes, acabam de enviar ao presidente Obama uma carta a pedir que confira prioridade humanitária para a libertação de Alan Gross, que cumpre em Cuba uma sanção de liberdade, este sim, por praticar actos de terrorismo.

A propósito, a directora-geral da Secção dos Estados Unidos do Ministério de Relações Exteriores de Cuba, Josefina Vidal Ferreiro, emitiu a seguinte declaração:

 “O governo cubano reitera a sua disposição para estabelecer de imediato um diálogo com o governo dos Estados Unidos para encontrar uma solução para o caso do Sr.Gross sobre bases recíprocas, que contemple as preocupações humanitárias de Cuba vinculadas ao caso dos quatro cubanos lutadores antiterroristas que estão presos nos EE.UU.
Gerardo Hernández, Ramón Labañino, António Guerrero e Fernando González, que formam parte do grupo dos Cinco, cumprem prolongada e injusta prisão por delitos que não cometeram e que nunca foram provados. A sua prisão tem um alto custo humano para eles e seus familiares. Não viram crescer os seus filhos, perderam mães, pais e irmãos, enfrentam problemas de saúde e têm estado separados das suas famílias e da sua Pátria por mais de 15 anos”.

Referiu ainda a directora Josefina Vidal:

“O Sr.Alan Gross foi detido, processado e condenado por violar as leis cubanas, ao implementar um programa financiado pelo governo dos EE.UU., com o objectivo de desestabilizar a ordem constitucional cubana, mediante o estabelecimento de sistemas de comunicações ilegais e encobertos, com tecnologia não comercial. Essas acções constituem delitos graves que são severamente punidos na maioria dos países, incluindo os EE.UU.
Cuba compreende as preocupações humanitárias no caso do Sr.Gross, mas considera que o governo dos EE.UU. têm responsabilidades directas pela sua situação e a da sua família, e como tal, deve trabalhar com o governo cubano na procura de uma solução.”

Desde sempre, Cuba tem estado disponível para num plano de igualdade dialogar com os EUA sobre todos os assuntos, mas com total respeito pela sua soberania e independência, não admitindo ameaças ou ingerências de qualquer espécie.


(Celino Cunha Vieira – Cubainformación)