sexta-feira, 23 de abril de 2010

A "APJM" NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA


A Associação Portuguesa José Marti foi recebida no passado dia 20 de Abril na Assembleia da República pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista, nomeadamente pela sua Vice-Presidente Deputada Maria de Belém Roseira e pelo Coordenador da Comissão dos Negócios Estrangeiros Deputado Paulo Pisco, na sequência do pedido de audiência que a Associação havia solicitado a todos os Grupos Parlamentares por ocasião da campanha mediática contra Cuba e na eminência da aprovação das moções de condenação, as quais vieram a ocorrer no dia 12 de Março.


Entre os vários assuntos tratados, foi abordada a actual situação de Cuba, a campanha mediática e política que se mantém em curso, o amplo movimento de solidariedade e o reconhecimento com que Cuba conta em Portugal, a política agressiva dos sucessivos governos dos Estados Unidos da América, especialmente o bloqueio económico e financeiro que já dura há quase cinquenta anos, o papel da Europa, a falsidade e as calúnias que se repetem em relação aos supostos “presos políticos e de consciência” – em particular o “caso Zapata” que constituiu o pretexto para desencadear a actual campanha – assim como as posições do governo e do povo cubano como resposta a tudo isto.


A Associação salientou a importância de que as instituições governamentais e o parlamento tenham em consideração estes elementos, incluindo especialmente a existência de organizações solidárias e de diverso perfil que existem na sociedade portuguesa, na hora em que tenham de tomar qualquer posição em relação a Cuba.


Igualmente destacou a Associação as inúmeras mostras de apoio à Revolução Cubana que têm lugar em todo o mundo, que só não são noticiadas pelo boicote existente, ficando esta de manter informados os Deputados sobre todos os assuntos relacionados com Cuba, para um melhor conhecimento das realidades e ampliação das relações entre os dois povos e governos.


Os Deputados salientaram as excelentes relações que Portugal tem com Cuba, reconhecendo o esforço que o governo cubano vem fazendo para melhorar muitos dos aspectos políticos e sociais, tendo em consideração as inúmeras dificuldades com que se tem deparado no contexto internacional.


À saída da reunião a Agência Lusa colheu um depoimento da Associação sobre o teor do encontro, tendo sido feito um resumo do mesmo e enaltecido o sentido positivo e cordial com que a Associação foi recebida.



quinta-feira, 15 de abril de 2010

EM DEFESA DE CUBA

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A propósito da Resolução de 11 de Março do Parlamento Europeu sobre Cuba, os intelectuais, académicos, lutadores sociais, pensadores críticos e artistas da Rede “Em Defesa da Humanidade”, manifestamos:

1. Que partilhamos a sensibilidade mostrada pelos parlamentares europeus acerca dos prisioneiros políticos. Como eles, pronunciamo-nos pela imediata e incondicional libertação de todos os presos políticos, em todos os países do Mundo, incluindo os da União Europeia.

2. Que lamentamos profundamente, tal como eles, o falecimento do preso comum Orlando Zapata, porém, não admitimos que a sua morte, primeira “…em quase quarenta anos” de acordo com o próprio Parlamento, seja deturpada com fins políticos muito distintos e contrários aos da defesa dos direitos humanos.

3. Que instar "…as instituições europeias, dêem o seu apoio incondicional e alento sem reservas ao início de um processo pacífico de transição política para uma democracia multipartidária em Cuba", não é apenas um acto de interferência, que nós reprovamos em virtude do nosso compromisso com os princípios da não intervenção e autodeterminação dos povos - defendidos também pela ONU - e contra a colonização, mas que pressupõe um modelo único de democracia que, por certo, cada vez se mostra mais insuficiente e questionável. A procura e o aprofundamento da democracia supõe, entre outras coisas, transcender os seus níveis formais e inventar novas formas autenticamente representativas, que não necessariamente limitadas ao pluripartidarismo que, como bem se sabe, encobre frequentemente o facto de que as decisões sobre os grandes problemas mundiais são tomados unilateralmente por pequenos grupos de interesses, com enorme poder, sobre os regimes partidários.

4. Que pretender justificar uma intromissão nos assuntos políticos internos do povo cubano, manipulando mediaticamente o caso de Orlando Zapata - delinquente comum e de maneira nenhuma preso político - coincide com as políticas que estão sendo aplicadas na América Latina, para deter e distorcer os processos de transformação e emancipação que estão em curso e se soma ao criminoso bloqueio a que tem sido submetido o povo cubano, só pelo simples facto de não aceitar imposições e defender o seu direito a decidir o seu destino com dignidade e independência.

5. Que partilhamos as preocupações manifestadas por parlamentares no respeito pelos direitos humanos em Cuba, mas que seja extensivo a todos os países do Mundo. Assim como se preocupam com o criminoso que morreu (em quarenta anos que não há história semelhante) também convidamos a exigir pôr um fim à ocupação de Gaza e da perseguição ao povo palestiniano, que tem causado milhares de mortes; o fim da ocupação do Iraque e no Afeganistão semeando a morte e o terror nas aldeias e cidades; os bombardeamentos nesses lugares com o argumento de defender a democracia); o fim da dupla ocupação do Haiti; o encerramento da prisão de Guantanamo e a entrega desse mesmo território ao seu legítimo dono que é Cuba; a devolução das Ilhas Malvinas à Argentina; e, por conseguinte, o fim de um bloqueio que viola os direitos humanos do povo cubano, o qual pode pôr em dúvida a qualidade moral de quem exige tratamento humano para um criminoso, quando se o nega ao povo cubano por inteiro.
O assédio económico e mediático a que está sendo submetida Cuba, mesmo antes da morte do prisioneiro comum Orlando Zapata, constitui um atentado contra os direitos humanos e políticos de um povo que decidiu criar um caminho diferente.
Exigimos respeito aos processos internos do Povo Cubano para definir e exercer a sua democracia, consequentemente com os princípios universais da não intervenção, acordados pelas Nações Unidas.



Para manifestar o seu apoio a este Manifesto "EM DEFESA DE CUBA", pode fazê-lo em nome pessoal ou de uma organização em:



www.porcuba.org


quinta-feira, 1 de abril de 2010

PROCLAMAÇÃO

No 1.º Encontro Nacional de Solidariedade com os Cinco realizado nas instalações da “Voz do Operário” em 27 de Março de 2010, que contou com a presença de cerca de 200 pessoas e representantes de várias Associações amigas – entre elas a nossa – foi aprovada por unanimidade e aclamação a seguinte proclamação:


Estivemos aqui num acto que, sendo de solidariedade com Os Cinco patriotas cubanos presos nos Estados Unidos da América, é também de solidariedade com a Revolução Cubana, alvo preferencial do imperialismo norte-americano desde há mais de meio século – e no momento actual objecto de uma poderosa campanha internacional conduzida pelos média propriedade do grande capital.

E daqui dizemos que rechaçamos essa campanha e que estamos, inequivocamente, com Cuba e a sua Revolução.

Estivemos aqui solidários com o povo cubano e a sua resistência heróica à ofensiva do imperialismo – resistência que é, por seu lado, um importante acto de solidariedade com a luta de todos os povos do mundo pela sua liberdade e pela sua independência.

E daqui afirmamos que, como alguém já disse, ‹‹a grandeza da Revolução Cubana pertence-nos a todos››.

Estivemos aqui, neste Encontro Nacional, conscientes de que a luta pela libertação dos Cinco patriotas cubanos é parte integrante dessa luta sempre solidária com Cuba socialista.

E daqui saudamos esses dignos representantes do povo cubano que são Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Fernando González e António Guerrero – e daqui exigimos a sua libertação.

Estivemos aqui denunciando a prisão arbitrária desses Cinco patriotas cubanos; denunciando a farsa de julgamento a que foram submetidos; denunciando as desumanas condições prisionais a que estão sujeitos. E daqui enviamos a nossa mensagem de admiração pela dignidade, pela coragem, pelo espírito revolucionário com que os Cinco honram a sua Pátria, o seu Povo, a sua Revolução.

Estivemos aqui num acto de solidariedade concreta com Cinco representantes de um país e de um povo cuja história constitui uma referência fundamental na nossa luta de todos os dias.

E aqui reafirmamos a nossa firme determinação de prosseguir a luta pela libertação dos patriotas cubanos injustamente presos nos Estados Unidos da América.

E, convictos de que esta é uma luta pela justiça e pelo respeito pelos direitos humanos, daqui apelamos a todos os portugueses solidários com o povo cubano e com a sua resistência heróica, para juntarem as suas às nossas vozes na exigência da libertação de Gerardo, René, Ramón, Fernando e António.


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Subscreva o abaixo-assinado em: http://www.cplcinco.com