sexta-feira, 18 de junho de 2010

ARRAIAL LATINO-AMERICANO

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Em homenagem às Festas e Tradições Populares, a Casa da América Latina realiza nos dias 19 e 20 de Junho um arraial na cidade de Lisboa em que apresenta as culturas dos países latino-americanos: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, El Salvador, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Rep. Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Nesta festa intercultural, que decorrerá no Largo José Figueiredo na rua das Janelas Verdes, os lisboetas poderão experimentar ritmos, objectos e sabores da América Latina, através da sua música, dança, artesanato e gastronomia com doces, salgados, artesanato, bebidas típicas e muita animação, incluindo exibições de dança e um tradicional baile em versão latina, em que todos dançarão aos mais variados ritmos: do forró à roda de casino, do tango à salsa ou do samba de gafieira ao merengue.

No sábado à tarde haverá aulas abertas de dança na Casa da América Latina, com entrada livre (no limite do espaço disponível): forro das 15h15 às 16h00, tango das 16h15 às 17h00 e salsa das 17h15 às 18h00.

O domingo chega com mais novidades, com apresentações diversas de cultura popular, com danças Afro-Cubanas às 17h00 e Roda de Abadá Capoeira às 17h30.
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Este programa está integrado no eixo “Outras Cenas” das Festas de Lisboa, uma programação alternativa, uma outra experiência de cidade.

A Associação Portuguesa José Marti foi convidada para o evento e em colaboração com a Embaixada de Cuba terá a responsabilidade pelo pavilhão atribuído, convidando-se assim todos os associados e amigos a que participem neste arraial.
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terça-feira, 1 de junho de 2010

O IMPÉRIO E A DROGA


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Quando fui preso no México pela Polícia Federal de Segurança, que por azar considerou suspeitos alguns dos nossos movimentos, apesar de serem feitos com muito cuidado para evitar o golpe da mão assassina de Baptista – igual ao que fez Machado no México quando no dia 10 de Janeiro de 1929 os seus agentes assassinaram Julio Antonio Mella – imaginaram que se tratava de uma das organizações de contrabandistas que actuavam ilegalmente na fronteira desse país pobre nas suas trocas comerciais com a poderosa potência vizinha, industrializada e rica.


No México praticamente nem existia o problema da droga que se desenvolveu mais tarde de forma esmagadora com a sua enorme carga de danos não só nesse país, mas também no resto do continente.


Os países da América Central e do Sul investem muita energia na luta contra a invasão da cultura da folha da coca, dedicada à produção de cocaína, uma substância que é obtida através de componentes químicos muito agressivos e que resulta tão daninha tanto para a saúde como para a mente humana.


Os governos revolucionários como os da República Bolivariana da Venezuela e da Bolívia põem especialmente todo seu empenho em travar o seu avanço, como o fez oportunamente Cuba.


Evo Morales já tinha proclamado o direito de seu povo a consumir chá de coca, uma excelente infusão tradicional da cultura milenar aimara-quíchua. Proibir-lhes isso é como dizer aos ingleses que não consumam chá, costume sadio importado pelo Reino Unido da Ásia, conquistada e colonizada por ele durante centenas de anos.


“Coca não é cocaína”, foi o lema de Evo.


Chamo a atenção que o ópio, substância que é extraída da papoula, o mesmo que a morfina, fruto da conquista e do colonialismo estrangeiro em países como o Afeganistão, e que faz muitíssimo dano quando consumido de maneira directa, fosse utilizado pelos colonialistas ingleses como moeda que outro país de cultura milenar, como a China, devia aceitar obrigatoriamente como forma de pagamento pelos sofisticados produtos que a Europa recebia da China e que até essa altura pagava com moedas de prata. Costuma colocar-se como exemplo daquela injustiça nas primeiras décadas do século XIX que “um operário chinês que virava dependente gastava dois terços de seu salário em ópio e deixava a sua família na miséria”.


Em 1839 o ópio já estava ao alcance dos operários e camponeses chineses. A Rainha Vitória I, do Reino Unido, impôs nesse mesmo ano a Primeira Guerra do Ópio.


Comerciantes ingleses e norte-americanos apoiados fortemente pela Coroa inglesa, viram a possibilidade de importantes intercâmbios e a obtenção de lucros. Nessa altura muitas das grandes fortunas dos Estados Unidos da América foram o fruto daquele narcotráfico.


É necessário pedir à grande potência que conta com o apoio de mil bases militares e sete frotas acompanhadas de porta-aviões nucleares e milhares de aviões de combate com as quais oprime o mundo, que nos explique como conseguirá resolver o problema das drogas.


Fidel Castro Ruz