sábado, 18 de junho de 2011

CARNAVAIS

Quando me perguntam qual é a melhor época para visitar Cuba, fico sempre sem saber o que responder. Há uns anos não era muito recomendável o mês de Agosto porque as temperaturas muito elevadas a par da humidade do ar a rondar os 90% constituíam um suplício para quem estivesse pouco habituado a essas condições.

Hoje já não é bem assim e as mudanças climáticas que se têm operado em todo o planeta transformaram completamente as estações do ano, sendo indiferente a localização geográfica se situar no hemisfério norte ou no hemisfério sul.

Mas uma coisa é certa: com ou sem chuva, com mais ou menos calor, Cuba tem sempre ao longo do ano condições excepcionais para se poder ir à praia e usufruir daquelas águas claras e de temperatura amena.
As chuvadas, de características tropicais, acabam por refrescar o ambiente e não imaginam como é agradável estar dentro de água durante as fortes descargas, não apetecendo sair de lá, a não ser para tomar um trago de rum ou uma cervejita bem gelada.


A época que se aproxima é também aquela em que a animação de rua mais se evidencia, já que é no Verão – entre Junho e Agosto – que se realizam por todo o país os Carnavais, sendo o mais popular e de maior tradição o de Santiago de Cuba, seguido do de Camaguey e de Havana.


Há quem defenda que estas festas populares remontam aos primeiros tempos da época colonial, quando os escravos negros organizavam danças e marchas colectivas, autorizados pelos seus amos espanhóis que lhes concediam alguns dias em Janeiro, durante os Reis, para que pudessem reproduzir os cantos das suas terras africanas de origem.


Daí para cá as datas foram mudando e para que não se interrompessem as colheitas e se pudesse aproveitar a principal época de férias dos cubanos, os carnavais fixaram-se definitivamente no Verão.


Em Havana, por exemplo, a marginal (malecón) é fechada ao trânsito a partir das 6 da tarde durante o mês de Agosto, para que esta se transforme no imenso palco onde desfilam os grupos formados em cada município e que fazem a festa popular onde não faltam as vendas ambulantes de comidas e de bebidas.


Em cada recanto há música ao vivo ou gravada, onde se dançam os ritmos latinos tão do agrado dos jovens e dos menos jovens que se divertem até de madrugada. Hospitaleiro como é o povo cubano, qualquer estrangeiro facilmente se integra nos desfiles e nos bailaricos, compartilhando da alegria que transborda nestas noites de intensa folia.


O extenso muro do “malecón” serve de bancada privilegiada para quem só pensa em assistir aos festejos, mas também de local para descansar, namorar ou mesmo adormecer embalado pelas vagas que nele vão rebentando.


Por isso, se pensa ir a Cuba brevemente não deixe de participar nos carnavais, aproveitando ao máximo para se divertir.

(in Jornal Comércio do Seixal e Sesimbra de 17/06/2011)

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