quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

QUALIDADE DE VIDA

Mesmo com alguma relutância por parte da comunidade científica internacional em aceitar os êxitos que os investigadores cubanos têm vindo a ter nas mais variadas áreas, o certo é que acabam por reconhecer o esforço desenvolvido e as conquistas alcançadas que podem ajudar a prevenir, controlar ou curar algumas das doenças que afectam milhões de pessoas em todo o mundo.

Foi agora anunciado que uma equipa do Centro de Imunologia Molecular chefiada pela Doutora Gisela González, acaba de patentear a primeira vacina terapêutica contra o cancro do pulmão, já testada em mais de mil pacientes, tendo por objectivo converter esta terrível e fatal doença numa doença crónica controlável.

Esta vacina, que vem sendo desenvolvida desde há cerca de 15 anos, baseia-se numa proteína humana relacionada com a proliferação celular e destina-se a ser aplicada em doentes com cancro do pulmão, que após acabarem os tratamentos de radioterapia ou quimioterapia são considerados em estado terminal, podendo-se com a vacina controlar o crescimento dos tumores, sem qualquer toxicidade associada e usada como um tratamento crónico, o que aumenta a qualidade e expectativa de vida ao doente.

O princípio que conduziu a esta vacina continuará a ser desenvolvido em Cuba, de forma a que no futuro se possam produzir novas fórmulas para aplicação terapêutica em outros tumores, como o da próstata, do útero e da mama.

Mas isto só é possível porque Cuba não está sujeito às multinacionais dos medicamentos ou aos “lobbies” da saúde, bem instalados e relacionados politicamente, que tudo decidem em prol do lucro e não do bem-estar das populações.

E por falar em bem-estar das populações, não posso deixar de prestar a minha homenagem ao Presidente Luís Gomes, de Vila Real de Santo António, que agora está a ser incomodado pelo Tribunal de Contas por ter decidido enviar a Cuba alguns munícipes mais carenciados e que há anos esperavam por uma simples operação às cataratas ou que padeciam de outras patologias e a que o tão propagandeado Serviço Nacional de Saúde não dava resposta.

Com a sua destemida atitude conseguiu que as clínicas privadas baixassem os preços das intervenções cirúrgicas e que o governo português se tenha visto na obrigação de contratar quatro especialistas para o Hospital Distrital de Faro, onde só existia um, injectando nessa operação mais de 20 milhões de euros, tendo diminuído a lista de espera mas continuando ainda por normalizar, de acordo com as declarações da Presidente do Conselho de Administração deste Hospital.

Dá para pensar, afinal, onde está a razão e estabelecer as diferenças que existem na forma de encarar o supremo direito à saúde com a qualidade de vida que todos desejamos para nós e para os nossos semelhantes.


(In Semanário Comércio do Seixal e Sesimbra de 14/01/2011)

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