sábado, 23 de julho de 2011

A HISTÓRIA ME ABSOLVERÁ



Quando no dia 26 de Julho de 1953 um grupo de 135 jovens comandados por Fidel Castro participou no assalto ao Quartel Moncada em Santiago de Cuba, na tentativa de a partir daí armar a população para derrubar o governo fantoche de Fulgêncio Batista, estavam muito longe de imaginar o que viria a passar-se nos seis anos seguintes. Desta acção resultou a morte da maioria dos revolucionários e a prisão dos restantes, tendo Fidel sido condenado a 15 anos de prisão, em cujo julgamento proferiu a célebre frase de que “a história me absolverá”.

Pese embora a derrota militar sofrida, este dia acabou por marcar definitivamente o rumo do futuro movimento revolucionário que adoptou a sigla M-26, desenvolvendo-se por todo o país acções de sensibilização e recrutamento de apoiantes que na clandestinidade se preparavam para o momento em que os principais líderes seriam libertados, já que a pressão exercida quer por instituições, quer pelo povo anónimo a isso conduziria inevitavelmente.

Por isso, foi com enorme expectativa e interesse que tive a oportunidade de visitar o “presídio modelo” na Ilha da Juventude onde Fidel, Raul e os restantes companheiros estiveram encarcerados, podendo, pelo que vi, imaginar as precárias condições e o total isolamento a que foram submetidos até à sua libertação em 15 de Maio de 1955, beneficiando de uma amnistia presidencial. Nesse mesmo dia e instado pelos jornalistas que o aguardavam, Fidel afirmou: “continuaremos lutando até obter a independência de Cuba”.

Exilando-se no México dois meses após a sua libertação, Fidel inicia de imediato os preparativos para voltar a Cuba com uma expedição de revolucionários, desembarcando do pequeno iate “granma” no dia 2 de Dezembro de 1956 na praia “Las Coloradas” e daí seguindo para a “Sierra Maestra” onde permaneceu dois anos até ao triunfo da Revolução em 1 de Janeiro de 1959.

Se até aí o “Movimento 26 de Julho” tinha desempenhado um extraordinário trabalho na organização política de inspiração Martiana, a partir do início da luta armada passou também à acção militar e ao apoio logístico dos revolucionários que combatiam o exército governamental.

Assim e em homenagem a todos os “Moncadistas” é celebrado em 26 de Julho o Dia Nacional de Cuba com manifestações patrióticas por todo o país, nunca esquecendo aqueles que nesse dia deram a sua vida para que hoje Cuba possa ser livre e independente de qualquer subjugação imperialista.

Como escreveu José Marti, “Pátria é comunhão de interesses, unidade de tradições, unidade de fins, fusão docíssima e consoladora de amores e esperança”.

(Por Celino Cunha Vieira, in Semanário Comércio do Seixal e Sesimbra de 22/07/2011)

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